4ª Mostra Cinema dos Quilombos, de 7 a 11 de agosto, no Cine Santa Tereza
A mostra traz documentários, curtas e longas de diversas partes do país realizados por quilombolas. As temáticas abordam as lutas pela preservação dos territórios e dos direitos humanos, as memórias individuais e coletivas, traçando amplo painel de caráter político, social, cultural e etnográfico.
De 7 a 11 de agosto acontece, no Cine Santa Tereza, a 4ª Mostra Cinema dos Quilombos. A mostra é composta por duas sessões diárias, às 16h30 e às 19h, sendo várias delas seguidas de conversas com diretores, membros da equipe, curadores e pesquisadores.
Os ingressos podem ser retirados no site www.cinemadosquilombos.com.br ou na bilheteria do cinema, com trinta minutos de antecedência. A 4ª Mostra Cinema dos Quilombos é realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e conta com patrocínio da UNA.
A mostra traz a riqueza e a diversidade das culturas quilombolas, oferecendo um espaço para que suas histórias, tradições e lutas sejam reconhecidas e valorizadas. “Esse trabalho é fundamental para a preservação e a promoção das narrativas quilombolas, permitindo que suas vozes ecoem e sejam ouvidas amplamente. Ao proporcionar visibilidade a essas produções, a mostra não apenas fortalece a identidade cultural quilombola, mas também contribui para a educação e a conscientização da sociedade sobre a importância da inclusão e do respeito às diversas heranças culturais do Brasil”, diz a produtora Iakima Delamare.
7/08 -16h30
“Quilombo Rio dos Macacos”, documentário de longa-metragem de Josias Pires (BA, 2017, 102’12, 14 anos).
O filme retrata a comunidade quilombola e sua luta pela garantia da propriedade da terra, de uso tradicional, reivindicada pela Marinha do Brasil. Além de denunciar graves violações de direitos humanos – direito de ir e vir e de acesso à água, saúde, educação, moradia e trabalho -, o filme registra conflitos e negociações, visando a solução dos problemas e traçando amplo painel de caráter político, social, cultural e etnográfico.
7/08 – 19h – Sessão de abertura
– “Casca de Baobá”, curta de Mariana Luiza (Quilombo Machadinha – Quissamã – RJ, 2017);
“Raízes que Contam”, documentário de Marta Silva (Cachoeira, Bahia, 2023);
“Eu sou Raiz”, o documentário de Cíntia Lima e Lílian de Alcântara (Quilombo da Mata São José / Orocó – PE, 2021);
“Marta Kalunga”, documentário de Marta Kalunga, Luciene Morais e Thaynara Rezende (Comunidade Vão das Almas e Quilombo dos Kalunga – Cavalcante – GO, 2022).
10 /8 às 19h.
“As Cantigas Que Nos Guia”, de Kilombu Manzo e CAMPO (BH, 2023).
Produzido pelo Ponto de Cultura do Kilombu Manzo N’gunzo Kaiangoo e apoiado pelo Cultura Viva – Ministério da Cultura e do Turismo e Prefeitura de Belo Horizonte, o filme apresenta o Kilombu Manzo N’gunzo Kaiango como família descendente de Efigênia Maria da Conceição (Mãe Efigênia, Mametu Muiande), matriarca e sacerdotisa da Umbanda e do Candomblé kilombola. No Kilombu Manzo a ancestralidade é cultuada com modos e significações próprias, mantendo as tradições africanas ensinadas pelo Preto Velho Pai Benedito, que é o guia espiritual de Mametu Muiande.
Em “As Cantigas Que Nos Guia”, cada um dos filhos e filhas, descendentes de Mãe Efigênia, recebeu ainda na infância ou na adolescência, cantigas que Pai Benedito ensinou como pontos cantados e encantados que descrevem a trajetória e missão desta família kilombola.
Após a estreia do filme, acontecerá uma roda de conversa com os moradores do Manzo: Mam’etu Muiandê, Makota Kidoiale, Joana Darc, Antônio Renato, Cássio Emerson, Mauro Ênio e Efigênia Maria (neta).
11 de agosto, às 19h, SEssão de encerramento :
“Dandara: A Força da Mulher Quilombola”,
Documentário de Ana Carolina Fernandes (Quilombo Carrapatos da Tabatinga, Bom Despacho – MG, Quilombo do Mato do Tição, Jaboticatubas – MG, Quilombo dos Arturos, Contagem – MG) e Quilombo Chacrinha dos Pretos, Belo Vale – MG).
O filme vai apresentar as trajetórias e o engajamento de mulheres quilombolas que atuam como lideranças políticas de suas comunidades e do movimento quilombola como um todo. Quais serão os discursos dessas mulheres sobre suas trajetórias? Busca-se, a partir dos pontos de vista de algumas dessas lideranças, conhecer os motivos que as levaram a ocupar essas posições e aqueles que as fazem permanecer na luta.
Na mesma noite, o público vai conferir o trabalho de comunidades que precedem o momento do batuque e das expressões populares conhecidas.
“Tambu”, de Leandro Cesar e Marco Antônio Gonçalves (Quilombo Mato do Tição, Jaboticatubas – MG, 2022), nos apresenta a João Marcolino, que narra a tradição das construções de tambores sagrados da principal festividade do Quilombo do Mato do Tição.
“Entoado Negro”, de Valtyennya Pires (Comunidade Quilombola de Pedro D´Água, Ingá – PB, 2017), para além do tradicional ritmo dos instrumentos e dos cantos, entramos no ritmo de trabalho e preparação para a festa que a Comunidade Quilombola de Pedra D´Água realiza no dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra.
“Nego Fugido: A Voz de Nosso Povo”, de Paula Brito (Distrito de Acupe, Santo Amaro da Purificação – BA, 2017). Nego fugido é uma expressão popular de cultura realizada pelos pescadores da comunidade de Acupe, que há mais de um século narra a saga dos negros escravizados que, em batalha, subjugam o rei de Portugal e exigem do monarca a carta de alforria. Uma encenação de reparação histórica que coloca os negros como protagonistas da conquista da abolição da escravatura.
A programação conta, ainda, com um chamado para envio de trabalhos para o segundo volume do livro sobre Cinema Quilombola. A publicação está sendo organizada por Edileuza Souza e reúne artigos, resenhas, ensaios, entrevistas, poemas e demais textos acadêmicos, livres e literários que dialoguem diretamente com a produção audiovisual que vem sendo produzida nas mais de seis mil comunidades quilombolas no Brasil. Os autores podem se inscrever no site www.cinemadosquilombos.com.br, onde estão mais informações.
A coordenação de curadoria é de Alessandra Brito, Diego Silva Souza e Maya Quilolo, e contou com assistência de curadoria de Ana Carla Sá Campos, Fabiana Santos, Jú Souza, Lourdes Gott e Pedro Manzo. A produção da mostra é de Iakima Delamare, e a coordenação, de Cardes Monção Amâncio.
SERVIÇO
4ª Mostra Cinema dos Quilombos
Data: 7 a 11 de agosto
Local: Cine Santa Tereza – Rua Estrela do Sul, 89, Santa Efigênia, BH
Horário das sessões: 16h30 e 19h
Classificação: Com exceção da primeira sessão que exibe o longa Quilombo Rio dos Macacos cuja classificação é 14 anos, todos os filmes da mostra são de classificação livre
Ingressos: Os ingressos podem ser retirados no site www.cinemadosquilombos.com.br ou na bilheteria do cinema, com trinta minutos de antecedência.
Instagram: https://www.instagram.com/cinemadosquilombos/